segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Não Amor

Hoje estou na dúvida. Criar um blog não foi uma das atitudes mais sensatas, não pela perda da privacidade, até porque certamente ninguém o lerá, mas porque postaria 2 ou 3 vezes no máximo e, logo este site cairá no esquecimento. Mas, como sou prolixa e às vezes fujo do assunto nem era por isso que estava na dúvida.

Estou na dúvida porque não sei se, de fato, é essa vida que quero levar. Olho ao redor e quero ver. Mas não consigo. Tento enxergar apenas o que vai além do meu próprop umbigo mas a angústia é tão grande que as respostas não vêm. E falta emoção. Aquela sensação do reencontro, aquele frio na barriga que, não contente em ficar ali, percorre toda a espinha, aquela loucura de ver, de ser visto, de tocar, de ser tocado... E não se trata de sexo pura e simplesmente. Isso é muito maior. A sensação é muito maior. E a vontade do desejo de um não amor chega tão depressa quanto um reencontro frugal às escuras, ou mesmo sob as luzes piscantes de um amanhã que nunca chegou e ficou no passado. Tímido. Mal-resolvido. Frustrante. E, ainda assim, indiferente.

Estou feliz por ter me libertado da minha necessidade de não te amar. Mas essa felicidade é tão efêmera que quando percorro outros beijos, quero apenas me livrar da sensação de que não existe igual, tendo a certeza de que cada pessoa tem o seu momento. E, ao mesmo tempo, essa é uma certeza quase incerta.

Quem se atreveria a me dizer o que fazer? Se gosto de insistir no inesperado, no incerto e no improvável. Ou talvez eu esteja errada e nada disso seja inesperado, incerto ou improvável, bastando apenas um suspiro, um acorde, um milésimo de segundo para mudar de opinião e perceber o quanto necessito do seu não amor, do seu não romantismo, da sua não delicadeza e percebo, infelizmente, que nada verdade você tem tudo isso e quem não tem nada disso sou eu.